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País tem boas alternativas a Belo Monte.

01/05/2010

Informa o blog do Greenpeace que o ministro de Minas e Energia,  Márcio Zimmermann, revelou que o custo para construção de um parque eólico, com a mesma capacidade de geração média de Belo Monte, seria de R$ 32 bilhões, valor inferior ao estimado para a construção da hidrelétrica, que gira em torno dos R$ 40 bilhões.

É verdade que o governo não assume que a hidrelétrica vai custar tudo isso. Ao contrário, insiste em reforçar que Belo Monte custará supostos R$ 19 bilhões. O  que não revela é que a conta não está completa, já que deixa de estimar os custos ambientais e sociais da empreitada, além dos pesados subsídios em isenção fiscal que nela estão embutidos.

Não foi à toa que empresas como a Camargo Corrêa e a Odebrecht caíram fora e, na hora H, não quiseram participar do leilão de Belo Monte, prevendo que teriam que arcar com o risco de um empreendimento cuja engenharia econômico-financeira está sendo manipulada pelo governo.

Lula já afirmou que irá “fazer Belo Monte de qualquer jeito”. Deixando para lá o sentido dúbio da frase, fica a dúvida: por que tanto esforço para viabilizar um projeto controverso, caro, cheio de problemas ambientais, sociais e econômicos se o Brasil pode, com um investimento menor, gerar energia limpa, segura e com impactos incomparavelmente menores?

A favor do investimento em parques eólicos, está também o fato de que o grande volume de encomendas reduziria o preço dos equipamentos, já fabricados em sua maioria no Brasil; de que, montados apenas um por cento dos geradores, já teríamos energia em produção, sem levar longos 5 anos para ter a geração de Belo Monte; e também o fato de que um ano de poucas chuvas poderia reduzir e muito a produção de Belo Monte. Além disso não seria necessário tomar de assalto as verbas públicas e os fundos de previdência. Mais ainda: tira esse esquema espúrio de grandes empreiteiras e suas controladas do ar.

Numa prova que o Governo está totalmente errado ao querer implantar a Hidrelétrica de Belo Monte, está a profunda diversificação da oferta de geração de energia renovável:

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao MME, efetuou o cadastramento de 478 empreendimentos interessados em participar do Leilão de Energia de Reserva, que será realizado pelo Governo Federal no primeiro semestre deste ano, com foco apenas na viabilização de fontes renováveis. As usinas inscritas somam 14.529 MW de potência instalada, gerando energia elétrica a partir de centrais eólicas, termelétricas movidas à biomassa (bagaço de cana-de-açúcar, resíduos de madeira e capim elefante) e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).

A fonte de energia que recebeu o maior número de projetos cadastrados na EPE é a eólica, com 399 parques de geração e um total de 10.569 MW de potência instalada. As térmicas à biomassa totalizaram, no processo de cadastramento, 61 empreendimentos com 3.706 MW de capacidade instalada. Destes, a maior parte utiliza como fonte o bagaço da cana-de-açúcar. As PCHs, que se caracterizem por terem a potência limitada a 30 MW, representaram 18 usinas no cadastramento para o Leilão de Reserva, equivalentes a 255 MW.

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  1. Avatar de Fábio da Silva Oliveira
    30/11/2011 22:02

    Não tenho nada contra às hidrelétricas, sou contra a este projeto da Usina de Belo Monte que irá prejudicar índios e ribeirinhos. A alteração do escoamento do rio irá afetar a fauna e a flora locais; fora as inundações que a obra poderá causar, o que fará com que raízes de árvores apodreçam, o que por sua vez irá prejudicar não só a alimentação de muitos peixes, como também serão atrapalhados os ciclos de desova nas regiões secas, o que por sua vez atrapalhará e muito a vida sócio-econômica de ribeirinhos e indígenas da região. Não construam, não construam.

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