Desocupação de terreno em São José dos Campos acaba em prisões e feridos.
Desentendimento entre decisões de vários níveis da Justiça Federal e do Tribunal de Justiça de São Paulo e a habitual violência da PM paulista resultaram em violento conflito no bairro Pinheirinho, em São José dos Campos, esta tarde. Ophir Cavalcanti, presidente da OAB paulista chegou a dizer que o pacto federativo foi quebrado com as decisões contraditórias das notícias. O terreno a ser desocupado era de propriedade da massa falida do empresário Naji Nahas.
Segundo a reportagem do jornal Folha de São Paulo, a polícia está no local desde as 6h deste domingo, hora em que começou a ação de reintegração de posse da área.
Em nota divulgada na conta da corporação no Twitter e no Facebook, a PM disse que a reintegração de posse da área “aconteceu pacificamente”. Foram enviados 2.000 PMs, mais de 220 viaturas, 40 cães e cem cavalos para o local. A Prefeitura também disponibilizou 300 funcionários para dar apoio aos moradores.
Cerca de 6.000 pessoas vivem em Pinheirinho, que é alvo de uma disputa entre os invasores e a massa falida de uma empresa, proprietária do terreno.
Durante a reintegração, que começou às 6h deste domingo, a PM prendeu 16 pessoas por resistência, que depois foram liberadas.
A prefeitura de São José dos Campos confirmou que houve apenas um ferido por tiro. Atendido no pronto socorro, a vítima ou por cirurgia e a condição de saúde é estável.
Tanto a Guarda Civil Metropolitana quanto a Polícia Militar afirmam que o tiro não foi disparado por um dos efetivos. A reportagem da Folha presenciou a Guarda Civil Municipal batendo em moradores e a PM usando balas de borracha e gás de pimenta.
Segundo a polícia, os moradores montaram barricadas e estão resistindo à ação. As famílias afirmam que os policiais usaram balas de borracha e gás de pimenta.
Ainda de acordo com o grupo, moradores de bairros vizinhos ao Pinheirinho também entraram em confronto com a Guarda Civil, que está apoiando a PM, e quebraram o alambrado que cerca o Centro Poliesportivo do Campo dos Alemães. O local estava preparado para abrigar os moradores após a reintegração de posse.
Segundo informações não confirmadas, uma criança teria morrido durante o confronto por causas ainda não reveladas. Por enquanto se confirmam apenas 17 prisões e um ferido grave.