Na hora do perigo, ligo para quem? Para o chefe, é lógico.
Esta historieta é contada pelo Josias da Silva, na sua coluna de ontem. É deliciosa:
“Suponha que seu nome é Rosemary e que você trabalha no escritório regional da Presidência da República em São Paulo. Imagine que você foi pilhada em malfeitos e que a Polícia Federal chega ao seu apartamento às seis da matina. Desesperada, você decide pedir socorro. Pra quem ligar?, você pergunta aos seus botões, que não respondem porque não falam com qualquer um. Após sopesar as opções – a mãe, o advogado, o vizinho— você toca o telefone para… o José Dirceu.
O repórter Mario Cesar Carvalho conta que foi isso o que fez Rosemary Novoa de Noronha, a Rose. Em meio a uma batida da turma da PF, ela telefonou, veja você, para o José Dirceu –mais ou menos como uma vítima de incêndio que pede ajuda a um amigo carbonizado. Dirceu, já tostado no STF, disse que nada poderia fazer. Rose também telefonou para o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça). Superior hierárquico da PF, o doutor achou melhor não atender.”