PRF realiza revista em ônibus clandestinos e encontra armas, carnes e animais silvestres

A Polícia Rodoviária Federal realizou operação de combate ao transporte clandestino de pessoas durante a noite desta quarta-feira (22) e a madrugada de quinta-feira (23), detendo no posto da Delegacia 10/10, em Barreiras, um grande número de coletivos, segundo relato do radialista Fernando Pop, autor também das fotos.

Durante a operação em uma abordagem a um ônibus Scania CGR-7317, por volta das 00h00, os policiais encontraram nove cartuchos calibre 32 e um revolver calibre 38 escondido em um saco de farinha, que estava guardado dentro de uma caixa de papelão no bagageiro do veículo.

O motorista Lamberto Aílton Dantas da Silva justificou que aquela bagagem não pertencia aos ageiros e que a caixa era uma encomenda que deixaram na transportadora. Também foram encontrados animais silvestres – tatus – abatidos e 150 kg de peixe salgado, além de 250 kg de carne-de-sol bovina.

O motorista foi encaminhado para a Polícia Civil, onde prestará esclarecimentos por  um crime ambiental.

O grande número de veículos clandestinos, geralmente ônibus de mais de 25 anos de uso, na rota de São Paulo é um problema que as autoridades não conseguem resolver. Na maioria das vezes, as companhias responsáveis obtém liminares, nas suas comarcas de origem, para trafegar. Problemas mecânicos, motoristas cansados, ambiente insalubre nos veículos e ageiros sem identificação são apenas alguns dos problemas. .

As agens mais em conta são o atrativo principal, cerca de R$150,00 mais baratas que as convencionais. Segundo  pesquisa, quase 45 mil pessoas são transportadas por mês em veículos com condições quase sempre precárias. Um mercado ilegal que significa prejuízo para o setor legalizado e riscos para quem se aventura nas viagens.

A pesquisa aponta ainda que essas empresas ilegais acumulam faturamento de quase R$ 100 milhões por ano. Como as informações sobre as operações clandestinas são imprecisas, o levantamento considera apenas um carro por empresa. Mas a estimativa é que o movimento seja ainda maior. “Tem empresa aqui que tem dez carros, faz viagens todos os dias”, diz Roberto Júnior, que trabalha intermediando ageiros na região do Brás, no centro de São Paulo.