A encruzilhada progressista: PP prestes a jogar todas as fichas na mesa.
O Partido Progressista(PP) da Bahia pode estar jogando todas as suas fichas na mesa das apostas eleitorais. Como comentamos hoje neste espaço, os partidos rejeitados na chapa oficial do Governo atualmente blefam com o jogo que têm na mão, mas amanhã poderão estar em coligações diferentes. Como as eleições estaduais não se mostram fáceis, a importância destas novas associações partidárias vai se refletir de maneira decisiva no segundo turno. Segundo o Jornal da Mídia e a Tribuna da Bahia, o presidente Mário Negromonte consulta as bases para saber que rumo tomar se for preterido na chapa governista.
Ele estaria aberto, por exemplo, às possibilidade de apoio à pré-candidatura da senadora Lídice da Mata (PSB) e de um suposto projeto liderado pelo vice-governador Otto Alencar (PSD).
Segundo o jornal Tribuna deste sábado (2), em matéria assinada por Lilian Machado, o sinal verde para outras composições, afastadas do projeto de candidatura do PT, foi dado pelo presidente estadual do PP, Mário Negromonte. Apesar de ter enfatizado o tamanho do partido, critério que pode mantê-lo na chapa a ser definida por Wagner, e destacar a lealdade ao projeto, o líder progressista confirmou que vai consultar a base do partido, integrada por prefeitos, vereadores e lideranças municipais e estaduais, para saber qual candidatura apoiar ao governo.
“Como presidente do partido, quero ouvir o que a maioria quer”, disse. Negromonte rememorou a última conversa com o governador para reafirmar o peso partidário. “Ficou definido que os três maiores partidos PT, PSD e PP iriam fazer parte da chapa. O PP tem a população de 56 municípios, o que dá 2 milhões de habitantes. Tenho certeza que o PP estará (na chapa) pelo seu tamanho”, disse, lembrando a força também em âmbito nacional. Um clima de insatisfação tem sido relatado por deputados e prefeitos, além das divergências sobre apoio. Diante disso, lideranças, a exemplo de parlamentares, revelaram que há conversas com o PSB.
Especificamente para o Oeste, a decisão é importante. Os dois colégios eleitorais mais importantes, Luís Eduardo e Barreiras, juntos somam mais de 120 mil eleitores. Antonio Henrique e, especialmente Humberto Santa Cruz, têm ligações profundas com Jaques Wagner e as iniciativas governistas. Certamente resistirão ao máximo antes de optar por uma terceira via. Hoje prefeitos e municípios dependem diretamente do Governo do Estado e, ainda mais, do Governo Federal. Mesmo considerando a possibilidade de vitória de uma aventura eleitoral por vias divergentes a Jaques Wagner e ao PT, o prejuízo de um ano sem verbas ‘estrangeiras’ pode ser fatal para essas comunas.