Morre César Mata Pires, o dono da poderosa OAS
O empresário baiano César Mata Pires, dono da construtora OAS, faleceu nesta terça-feira (22) em São Paulo, vítima de um infarto fulminante.
De acordo com o Estadão, Mata Pires estava caminhando pelo bairro do Pacaembu, na capital paulista, quando sofreu o infarto.
Fundador do grupo OAS, César Mata Pires é casado com uma das filhas do ex-senador Antônio Carlos Magalhães, Tereza Mata Pires, porém se tornou um desafeto da família ao longo dos últimos anos de vida do chefe do clã político baiano.
César Mata Pires acumulou uma das maiores fortunas do Brasil, construindo estádios para a Copa do Mundo, plataformas de petróleo e rodovias, do Haiti a Angola. Em seu auge, em 2014, o patrimônio líquido de Mata Pires chegou a US$ 7 bilhões. Hoje sua fortuna é calculada em menos de US$ 1 bilhão.
Fundada em 1976 no nordeste do Brasil, a OAS espalhou seu império por toda a América Latina, a África e o Oriente Médio trabalhando para clientes privados e públicos. Entre seus mais de 2.000 projetos estão a icônica ponte estaiada Octávio Frias de Oliveira, em São Paulo, e mais de 4.600 quilômetros de rodovias.
O Grupo OAS é investigado na Operação Lava Jato e os acordos de delação premiada de executivos da empreiteira seguem em negociação com a Procuradoria-Geral da República. Apesar de ser maior acionista da OAS, Mata Pires não foi citado nominalmente nos escândalos envolvendo o grupo e os esquemas investigados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal.
Em 2013, após uma longa e cruenta batalha judicial pelo espólio do ex-governador Antonio Carlos Magalhães, César Mata Pires e sua esposa enviaram uma carta aos demais herdeiros de ACM comunicando a renúncia aos direitos dela na herança, hoje istrada diretamente pelo ex-senador ACM Júnior, o comandante da Rede Bahia.
Na época, aconteceram fatos constrangedores, como a entrada de oficiais de justiça no apartamento da viúva de ACM para apreender obras de arte valiosas que deveriam, segundo os advogados da filha Tereza, fazer parte do espólio.
Em 2008, uma briga familiar pelo espólio do ex-senador Antonio Carlos Magalhães, morto em 20 de julho de 2007, provocou uma ação de oficiais de Justiça e policiais militares, no apartamento da viúva do senador, Arlette Magalhães, então com 77 anos, em Salvador.
De posse de um mandado judicial, expedido pela juíza Fabiana Andrea Almeida Oliveira Pellegrino, da 14ª Vara de Família, dois oficiais de Justiça, acompanhados por dois chaveiros, dois capitães da Polícia Militar da Bahia, um tenente, seis soldados e quatro advogados vasculharam por mais de seis horas o local. Eles listaram todos os objetos ali existentes realizando o levantamento de todos os bens.
Os herdeiros são, além de ACM Junior e de Tereza, a família do ex-deputado Luis Eduardo Magalhães, morto em 1998. A briga pela herança, avaliada em R$ 500 milhões, começou em 2007 e provocou o rompimento entre os irmãos. Com edição do Bahia Notícias, UOL e O Expresso.