Com fracasso da safra no Sul, feijão começa a ter cotações mais altas.
As safras e o consumo de feijão no País estão estabilizados há mais de 20 anos, em torno de 3,2 milhões de toneladas. A leguminosa chegou a ser a base proteica da alimentação nas camadas mais vulneráveis da população, na tradicional mistura arroz e feijão.
Com a meteórica ascensão da produção de frango e o efeito sanfona das exportações, o frango tem substituído o feijão na dieta alimentar das famílias mais humildes. Ao ponto de um quilo de feijão na ponta do consumo ter preço mais alto (em torno de R$5,00) do que o frango (em torno de R$4,80).
O Paraná previa colher 384 mil toneladas de feijão, mas estima-se que colherá não mais do de 269 mil toneladas, sendo que cerca de 107 mil toneladas serão de Feijão-preto. A causa da perda significativa é a estiagem que atingiu todo Sul do País.
Os preços vêm reagindo como na semana ada, ainda que tenha sido uma semana de meio de mês, os compradores estiveram ativos e os preços variaram na última sexta-feira para R$ 135 em Minas Gerais e R$ 135 em Vacaria, no Rio Grande do Sul.
O mercado nesta segunda-feira na Bolsinha, em São Paulo, recebeu um bom volume de entradas. Foram ofertadas 30 mil sacas e foram negociadas aproximadamente 33 % do total, restando até as 6:41 h a quantidade de 20 mil sacas. O mercado ficou estável para os melhores tipos e calmo para os lotes comerciais. O movimento de compradores com demanda foi normal e permitiu o escoamento de boa parte das ofertas, principalmente os lotes com cor nota 8,5 para cima.
O feijão Carioca extra, nota 9, foi vendido entre 140 e 145 reais. O comercial tipo nota 8, entre 105 e 110 reais. E o Preto, que geralmente vale muito menos que o Carioca, confirmando as expectativas de colheita fracas no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, oscilou entre 140 e 145 reais a saca de 60 quilos para grãos de qualidade extra.
No Oeste baiano, o feijão carioca tem cotação de R$100,00 a saca.
As grandes áreas irrigadas do Centro-Oeste do País e São Paulo podem ser a salvação da safra de feijão. O fator limitante são as pragas herdadas da safra recente da soja, entre elas algumas doenças fúngicas e o ataque da mosca branca, propagadora de viroses. Da redação de O Expresso, com base em indicadores econômicos.