Madame Almerinda constrangida pelo espetáculo da Câmara Municipal
Quando toca o telefone vermelho na redação de O Expresso, soubemos que aí vem complicação. Sim, era ela, a cafetina dos espíritos, a cabo eleitoral dos messias de ocasião e dos exploradores do povo, a indefectível Madame Almerinda, ave de maus agouros.
-Caro Periodista! Viu o espetáculo da Câmara?
-Não vi, Madame. Acompanhei a sessão via internet durante um certo tempo, mas depois cansei de ouvir tanta bobagem.
-Pois é! Elegeram de novo o mesmo Presidente, por antecipação, ao arrepio do regimento interno.
-Será que foi mesmo?
-Na minha visão particular dos fatos, ele tem sido hábil na divisão dos delicados. A gente sabe que sobra uns 200 quilos de alcatra por mês e ele distribui um bife para cada um dos esfomeados parlamentares.
-Eu não acredito, Madame, tanto que temos três vereadores na Oposição.
-Desses, dois votaram a favor. Só o dr. Márcio Rogério votou contra. Para que serve um parlamento desse tipo se a unanimidade, sempre prova de burrice no entender de Nelson Rodrigues, se sobrepõe aos interesses do povo.
-Está letrada, hein Madame?
– Mudando de saco pra sacola: dizem que a Primeira Dama está eleita com mais de 70 mil votos?
-Disto, eu prefiro não falar.
-Pois é: se ela está eleita, o melhor seria que o povo votasse no Cebola. Ao menos teríamos dois representantes no parlamento estadual. Quando um não desse jeito nas nossas demandas, teríamos uma alternativa.
-Não me ponha em bocas-de-matilde, minha cara Cartomante. Aproveite para cooptar o povo do Santa, que por aqui me viro.