Liderados por gente do Governo, milicianos invadem embaixada venezuelana em Brasília.
13/11/2019
O que o presidente Jair Bolsonaro pretende, agredindo território venezuelano, justamente quando se realiza a Cúpula dos BRICS em Brasília? O deputado Eduardo Bolsonaro liderou pessoalmente um grupo de milicianos, do lado de fora da Embaixada, após a invasão, onde até crianças foram constrangidas, pois existe uma ala residencial no terreno que serve de moradia aos diplomatas da Venezuela. O Presidente da República quer um conflito com a Venezuela?
“É uma ação paramilitar, com um grupo uniformizado, usando radiocomunicadores que obedecem a um comando centralizado. Tem característica de milícia. A maioria é de venezuelanos, mas também há brasileiros. Eles tomaram de assalto as instalações da embaixada e também a parte residencial, onde há crianças.”
O relato é do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) que falou, ao blog do Sakamoto, de dentro da Embaixada da Venezuela, em Brasília, que foi invadida por um grupo que diz representar o governo do autoproclamado presidente venezuelano Juan Guaidó.
“A postura do Ministério das Relações Exteriores brasileiro, que alega não reconhecer os membros da missão diplomática porque não reconhece o governo de Nicolás Maduro, acaba respaldando a ação dos criminosos dessa ação paramilitar”, afirma Pimenta.
Em nota divulgada nesta quarta-feira, 13, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República chamou de “invasão” a ocupação da embaixada da Venezuela em Brasília por partidários do líder opositor Juan Guaidó e afimou que o presidente Jair Bolsonaro “jamais tomou conhecimento e, muito menos, incentivou” os atos. O relato é do jornal Estadão.
Segundo o GSI, as forças de segurança da União e do Distrito Federal estão tomando providências para que a situação “se resolva pacificamente e retorne à normalidade”.
A nota chama ainda de “inescrupulosos e levianos” aqueles que divulgam informações de que o governo brasileiro teria apoiado a invasão.
Na madrugada desta quarta, representantes de Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela, invadiram o prédio da embaixada. Segundo a Polícia Militar, os venezuelanos chegaram por volta das 4h da manhã e tentaram expulsar alguns funcionários do corpo diplomático que resistiram à entrada.
Aliados do regime de Nicolás Maduro denunciaram a invasão. Enquanto isso, a embaixadora representante do governo de Guaidó no Brasil, Maria Teresa Belandria, afirmou que que um grupo de funcionários decidiu abrir as portas e entregar as chaves da representação diplomática voluntariamente.
Os funcionários permitiram o o ao local de Tomas Silva, ministro-conselheiro reconhecido pelo governo brasileiro, já que Belandria está fora do país. Eles também teriam reconhecido Guaidó como presidente legítimo do país.
O adido militar chavista que estava no local reagiu à entrada e ficou do lado de fora. A PM foi acionada, mas não pôde ingressar no complexo ou retirar as pessoas, por se tratar de território sob controle do governo venezuelano.
“Denunciamos que as instalações de nossa embaixada em Brasília foram invadidas pela força ao amanhecer. Responsabilizamos o governo brasileiro pela segurança de nosso pessoal e instalações”, tuitou o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza.
“Os dois grupos estão lá dentro, tentando encontrar uma solução pacífica”, disse o tenente José Fonseca, da Polícia Militar.
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