A delação do “fim do mundo” não foi aceita por Sérgio Moro
26/12/2019

Moro ajeitou a vida da esposa de Eduardo Cunha, Cláudia Cruz, mas não deixou a Lava Jato avançar. A delação comprometeria o seu próprio futuro político.
O jornal Folha de S. Paulo e o site The Intercept Brasil desenterraram nesta quinta-feira (26) a delação do ex-presidente Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ), que tira o sono do ex-juiz Sérgio Moro (atual ministro da Justiça) e do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa Lava Jato.
De acordo com a Vaza Jato, o empresário Joesley Batista queria emplacar –e emplacou– Henrique Meirelles como ministro da Fazenda de Michel Temer (MDB), caso a petista caísse. Em troca, Cunha teria financiamentos ilimitados para seu projeto político.
Por que a não-delação de Cunha ainda atormenta Moro, Dallagnol e demais integrantes da força-tarefa?
Simples. O Intercept tem os arquivos das conversas cujos conteúdos, aos poucos, estão sendo tornados públicos. Uma pista do que vem por aí foi publicada em julho, pela revista Veja. Na época, o veículo de comunicação mostrou um diálogo de Moro com Deltan acerca da delação de Cunha. O então juiz afirmou que esperava que não precedessem a notícia da delação. “Sou contra, como sabe”, disse o atual ministro da Justiça.
Glenn Greenwald, fundador do site The Intercept Brasil, sabe que Moro e Dallagnol fizeram no verão ado. É por isso que o espectro da delação de Eduardo Cunha tira o sono deles.
De acordo com mensagens de Moro a Deltan, o então magistrado se dizia contra a delação de Cunha mesmo antes de conhecer o conteúdo delas. A informação preliminar que se tinha era que o ex-presidente da Câmara estaria disposto a entregar um terço do Ministério Público estadual, 95% dos juízes do Tribunal da Justiça, 99% do Tribunal de Contas e 100% da Assembleia Legislativa.
Com redação do blog do Esmael.
Há muito tempo, uma tirada usada por operadores do direito, dizia: “Existe a Justiça boa, a Justiça má e a Justiça da Bahia”.
Hoje, o refrão pode ganhar uma nova versão: “Existe a Justiça boa, a Justiça má e a Justiça de Curitiba”.
One Comment
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Poderia ter outra classificação: Justiça para proteger os ricos, Justiça para julgar os pobres e a Justiça para condenar os Petistas.Prova disso é que políticos de outros partidos desviaram, ( não roubaram quem rouba é pobre), tanto quanto a condenar os Petistas diz que os petistas roubaram, no entanto, não exite até o momento nenhuma denúncia formalizada pelo cauteloso Ministério Publico Federal. Não há que citar nomes de partidos e de políticos incluídos no imbrólio, seria falta de ética.