O Sr. Presidente mistura pandemia com produção agrícola, no samba do crioulo doido!
14/10/2020
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reforçou hoje que trabalhadores do campo garantiram o abastecimento de alimentos no país, como o do arroz mesmo que o preço tenha aumentado significativamente nos últimos meses.
Em conversa com apoiadores, o chefe do Executivo associou a alta no preço do produto à política de isolamento adotada como prevenção à pandemia da covid-19.
“Acabaram com os empregos, aí sobe o preço do arroz, né? Fique em casa, pô. Já pensou se o homem do campo tivesse ficado em casa? Não teria nem a R$ 30, R$ 35 o pacote de cinco quilos. Não teria arroz”, declarou.
Em nova crítica às medidas de isolamento, Bolsonaro disse ainda que o momento é de “pagar a conta”.
Na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro reforçou para apoiadores que não irá tabelar preços e que o País terá uma supersafra de arroz no fim de dezembro e início do ano que vem.
“Agora está vindo uma supersafra de arroz. O homem do campo trabalhou e produziu como sempre. Os empréstimos junto ao Banco do Brasil de pequenos e médios produtores foi enorme”, destacou.
O que o sr. Presidente não fala, em meio aos impropérios, é que o atual Governo praticamente abandonou a formação de estoques estratégicos, previstos na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) e Operações Oficiais de Crédito, como AGF e EGF ( aquisição e empréstimos para manutenção de estoques do Governo Federal).
Com a alta mercurial do dólar e a carência externa de arroz, como foi o caso da Venezuela, não precisava ser um gênio para prever o estouro dos preços internos dos alimentos.
Nossa exportação de milho sempre foi ínfima. Neste ano, explodiu. Hoje não temos o produto no mercado e as cadeias produtivas da proteína animal estão em alta contínua. Frango, ovos, suínos e bovinos experimentam altas que inviabilizam a mesa dos mais pobres.
De uma coisa o sr. Presidente pode se orgulhar: irador do governo discricionário e militarista de Hugo Chavez e do seu sucessor, Maduro, já estamos pagando com preços semelhantes aos pagos pelos venezuelanos pelos alimentos produzidos aqui.
Notícia do UOL, com comentários grifados de O Expresso.
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