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Câmara vota projeto para a vacina privada. É o princípio da instalação da eugenia no seio do povo brasileiro.

06/04/2021

O quadro “A Redenção de Cam” do pintor espanhol Modesto Brocos é um registro do “embranquecimento” como solução de melhoria para o povo brasileiro.

Proposta que flexibiliza as regras para a compra de vacinas por empresas privadas (PL 948/21) pode ser votada hoje pelo Plenário da Câmara dos Deputados.

A relatora do projeto, deputada Celina Leão (PP-DF), afirmou que houve acordo de procedimento na reunião de líderes desta terça-feira (6) para a inclusão da proposta na pauta da sessão do Plenário, marcada para as 15 horas.

A parlamentar destacou, no entanto, que não há acordo sobre o mérito do texto.

Nas redes sociais, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que a prioridade do Plenário continua sendo o combate à pandemia e a ampliação da vacinação da população brasileira.

Com a permissão legislativa, que vem de encontro aos desejos mais íntimos do Governo, quebra-se a universalidade do SUS e da imunização genérica da população.

É a promoção da eugenia, um dos pilares da cartilha nazi-fascista-fundamentalista adotada pelo nosso autoproclamado Ditador do “Meu Exército”.

Diz Marie Declercq, no TAB:

A eugenia foi um conceito criado na Inglaterra em 1883 que se difundiu em diversos países no começo do século 20, especialmente nos Estados Unidos e na Alemanha.

Apesar da roupagem científica em torno do termo, o movimento eugenista foi essencialmente social, visando à exclusão de elementos indesejados da sociedade a fim de “melhorar” geneticamente a população.

Para isso, teorizava que era preciso “cruzar” pessoas com boas características genéticas. O discurso de melhoria da espécie humana parece ser inofensivo até nos debruçarmos nas consequências da eugenia ao longo da história.

Nos Estados Unidos, a teoria foi influente na história e cultura norte-americana a partir do século 19, determinando desde leis antimiscigenação — que proibiam casamentos interraciais e estabeleciam esterilização compulsória em mulheres latinas, negras e indígenas. As medidas vigoraram no país até os anos 1970.

No Brasil, a eugenia foi abraçada por médicos, cientistas, jornalistas e intelectuais da época, que também defendiam uma séries de práticas para “melhorar” a nação brasileira. Nos jornais, não era incomum encontrar artigos exaltando a eugenia, pedindo pela “melhoria da raça brasileira”.

Um dos seus notórios defensores foi o escritor Monteiro Lobato, que ativamente se dedicou a publicar obras eugenistas e propagar esse pensamento racista pelo país.

O declínio do movimento eugenista veio após a Segunda Guerra Mundial, com as denúncias do Holocausto e dos crimes cometidos pelos nazistas — pautados pelos conceitos de eugenia para eliminar judeus e outros membros “indesejados” para a melhoria da tal raça ariana.

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