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Datafolha aponta Brasil ainda polarizado entre Lula e Bolsonaro.

13/06/2025

A nova pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada pela Folha de S.Paulo, confirma que a polarização política entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seu antecessor Jair Bolsonaro (PL) continua fortemente presente na percepção dos eleitores brasileiros.

Ao comparar os dois governos em oito áreas, o levantamento mostra que Lula é avaliado como pior em temas sensíveis como inflação e segurança pública, enquanto se sai melhor na geração de empregos, moradia e educação. Outros temas, como saúde, meio ambiente e combate à pobreza, registram empates técnicos, revelando um país ainda dividido.

Segundo a pesquisa, 50% dos eleitores acreditam que Lula é pior que Bolsonaro no controle da inflação, enquanto apenas 29% o consideram melhor e 17% veem desempenho equivalente. A diferença é expressiva especialmente no quesito preços dos alimentos, um dos principais fatores de insatisfação popular. O dado acompanha avaliações do mercado financeiro, que critica políticas do governo petista consideradas frouxas no aspecto fiscal, o que, segundo analistas, pressiona a inflação e afeta a dívida pública.

Na área da segurança pública, outro ponto de forte sensibilidade, 46% apontam Bolsonaro como melhor gestor, contra 29% que veem Lula como superior e 22% que consideram os dois equivalentes. O histórico de Jair Bolsonaro como militar da reserva e sua proximidade com forças policiais contribuem para essa percepção, mesmo diante de sua rejeição por parte de setores progressistas ligados aos direitos humanos.

Lula registra melhor avaliação em geração de empregos, com 43% dos entrevistados dizendo que ele é melhor que Bolsonaro, contra 36% que consideram o contrário. No tema moradia e habitação, também apresenta vantagem, embora menos expressiva. Em educação, o petista tem 42% de aprovação contra 38% do antecessor, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais.

Entre os mais pobres, que ganham até dois salários mínimos, há um equilíbrio maior na avaliação, com 43% considerando Lula pior que Bolsonaro na inflação, 33% apontando Lula como melhor, e 20% indicando empate. A rejeição ao presidente aumenta conforme a faixa de renda: chega a 68% entre os que ganham mais de 10 salários mínimos.

Os empates em temas como saúde, combate à pobreza e meio ambiente surpreendem, especialmente porque foram áreas de forte crítica ao governo Bolsonaro durante a campanha presidencial de 2022. Na saúde, 40% veem Lula como pior, 38% como melhor, e 20% apontam desempenho semelhante. No combate à pobreza, 41% preferem Lula, contra 40% que escolhem Bolsonaro. Já no meio ambiente, 38% consideram Lula superior, enquanto 37% o veem como inferior e **20% indicam empate.

O resultado da pesquisa antecipa os contornos da disputa eleitoral de 2026. Lula é o candidato natural da esquerda, salvo algum imprevisto, enquanto Bolsonaro, apesar de inelegível até 2030, segue sendo a principal referência da direita, que dificilmente apresentará um nome viável sem seu endosso. O desafio de Lula, portanto, será mostrar resultados mais concretos nas áreas em que a percepção popular ainda o desfavorece, enfrentando um eleitorado que continua dividido quase meio a meio.

Os malucos dos quartéis, como o próprio Bolsonaro classificou, estão doidos pela reedição de um governo de desmandos. Nem o exemplo de Donald Trump os comove. Depois de perder uma eleição, Trump voltou mais maluco e violento.

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